30 de outubro de 2010

25 de outubro de 2010

Inspiração

Eu me inspiro a todo momento
Inspiro-me com poucas e belas coisas
Momentos
Palavras
Inspiro-me no beijo e no toque
No cheiro e nas sensações
Inspiro-me com a vida
Que é amarga
Um amargo doce
Doce de se viver
E assim ela inspira
Poetas e pintores
Inspira-me
Eu que não sou nada
Nem ninguém
Meio grão em meio ao nada
Inspirada pela vida
Que é o horizonte tocando o mar
E me vejo assim inspirada
Pela vida que é amarga
Mas traz um doce ao se viver
Por isso me inspiro
Pela vida
Pelo mar
Pelo toque e pelo beijo
Por mim
Pelo nada que sou 

13 de outubro de 2010

Paixão, a multifacetada

Paixão. Ô, palavrinha, viu?! Nunca vi, nem senti, nem ouvi nada parecido. Tão vária quanto una, tão suave quanto arrebatadora, tão ordinária quanto sublime, tão lancinante quanto deliciosa! Praga de palavrinha que morre e se renova com uma facilidade incrível. Ao mesmo tempo horrível e maravilhosa. No Dicionário Houaiss que eu tenho, uma versão digital, o verbete é bastante diversificado. Vejamos.

Paixão: "substantivo feminino – 1) o martírio de Jesus Cristo. Obs.: inicial maiúscula; 2) Derivação: por metonímia. Segmento do Evangelho que trata do martírio de Cristo; esse martírio, e o dos santos. Obs.: inicial maiúscula; 3) Rubrica: teatro. Peça teatral cantada, ou oratório sobre o tema da Paixão. Obs.: inicial maiúscula; 4) Derivação: por extensão de sentido. Grande sofrimento; martírio; 5) sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão; 6) a coisa, o objeto da paixão ou da predileção Ex.: a leitura é sua paixão; 7) furor incontrolável; exaltação, cólera; 8) ânimo favorável ou contrário a alguma coisa e que supera os limites da razão Ex.: paixão religiosa; 9) sensibilidade, entusiasmo que um artista transmite através da obra; calor, emoção, vida Ex.: filme pleno de paixão; 10) Rubrica: filosofia. No kantismo, inclinação emocional violenta, capaz de dominar completamente a conduta humana e afastá-la da desejável capacidade de autonomia e escolha racional; 11) Rubrica: lógica. Categoria aristotélica que indica a passividade, a inatividade perante uma ação alheia". E ainda tem um acréscimo: "ver sinonímia de mania e martírio e antonímia de desleixo e indiferença". Que coisa, não?! Eu disse que ela é multifacetada...

Quanta coisa tem nome de “paixão”! Até umas diametralmente opostas! Nossa! Poucas palavras são tão paradoxais. Poucas palavras são tão diversificadas. Desde Cristo e do Evangelho (“Obs.: com inicial maúscula”, por favor) até sentimentos conflitantes como “amor intenso” e “cólera”. Rica é pouco para esta palavra.

O engraçado é como essa titiquinha de sentimento causa estrago. Basta um olhar para despertá-lo. Basta uma frase ou mesmo uma única palavra. Pode ser um convite romântico, uma proposta mais ousada, um afago inocente, uma qualidade ou mesmo (e especialmente) um defeito que vemos em alguém e com o qual nos identificamos. Pronto! Lá está a paixão, vivinha da Silva! Em compensação, basta quase qualquer uma dessas coisas, igualmente, para exterminá-la. Rotina, então, é a campeã de assassinato de paixões. Eu que o diga... Aliás, rotina não mata só paixão em mim; rotina me mata. Eu adoro uma novidade, uma surpresa! Não vivo sem isso. Não vivo sem a diabinha da paixão, em algumas de suas versões. As melhores, evidentemente.

Quem não gosta de sentir o coração bater mais forte por alguém, por alguma ideia, enfim, por algum motivo, qualquer que seja ele? Ah, é bom demais! Abaixo a rotina, viva a paixão! Mas com moderação – pelo menos no meu caso, que não gosto de excessos.

Quero me apaixonar loucamente uma vez na vida. Daquele jeito que as pessoas dizem, de perder a cabeça, de não pensar em outra coisa, de sonhar só com isso, de “ofuscar a razão”! Mas que depois passe, claro, pois os desatinos são ótimos quando são efêmeros. Senão a gente pira, credo. Por isso eu disse "uma vez na vida".

Eita, muito bom. Eu quero! Logo! Se não for pedir muito... ;-)


12 de setembro de 2010

Mulher Arrependida

Esse é o meu predileto! Foi publicado pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, na seletiva de abril desse ano. Para mim, de todos que já escrevi, esse é o mais digno de ser publicado! O resto é amadorismo puro... 

Costumo escrever quando me angustio por alguma situação, qualquer que seja ela... Angustias que geram aquela sofreguidão no estômago, levando a emoção ser sentida fisicamente! 

Esse como o nome já diz (inspirado também no Mulher ao Espelho de Cecília Meireles)  surge da angústia do arrependimento! Eu, que sou (era) feita de orgulho e indiferença, em alguns momentos sofro de arrependimentos. Eis que um dia as palavras pularam e se arranjaram dessa maneira!

Mulher Arrependida


Minha cabeça ferve e lateja, porque pensa
Pensa em você, pensa em nós 
Pensa como foi e como seria

Ferve porque te quero, lateja por não te ter
Ferve quando pensa
que em meus braços já te tive
Lateja por saber que hoje
outros braços te tem

Já disse o que não sentia
E hoje sinto que poderia te dizer
que o mundo era só nosso
E que te ter era o que fazia meu mundo melhor

Era o que fazia o meu eu
Encontrar o seu
Num mundo de loucuras
Dois loucos tentando ser normais

Você louco com o mundo
E eu louca por você
E o mundo? Ria de nós...

Hoje penso nesse mundo
Que um dia já foi nosso
Mas hoje ele é só meu
Porque tentando ser normal
Para que o mundo deixasse de rir
Internei minha loucura e te perdi...

Alma.

Fonte figura: 
http://farm1.static.flickr.com/146/400136275_5cfb85eee7.jpg

3 de setembro de 2010

O Objeto (das vontades)...

Sobre as nossas vontades... Objetos de desejo.

Chega um momento em que todos os sentimentos e momentos vividos viram vontades. Perturbam nossa cabeça, os pensamentos, distorcem verdades... Nesses momentos nossas energias são consumidas por essa vontade que nos toma. Vontades insanas! Insanos desejos! De alma e de corpo! Em um desses momentos surgiu o 'Vontade de Você'.

E ainda no universo das vontades e dos objetos de desejo, essa música do grupo 3 na massa, 'O objeto', é deliciosa! Tive que compartilhar nesse post...



Vontade de Você

Essa vontade do seu cheiro
Da sua pele
Me arrepia
Me embriaga 
Esse é meu vicio
Essa é minha cachaça 
Vontade de você
Vontade de te ter 
Essa vontade do seu corpo
Me despedaça
E me maltrata
Me faz prisioneira
Da vontade
Prisioneira de você 
Não me liberta
Só me encarcera
Me acorrenta
E me arrasta 
Me arrasta pro seu corpo
Pra sua pele
Pro seu cheiro
Pra vontade de você

2 de setembro de 2010

Ser e não ser

Hoje vou postar um poema de um cara muito importante nessa minha vida de escritos. Já falei dele aqui no blog: Cássio Fonseca. Um primo meio distante, mas que virou um amigo. Já dizia o poeta torto "Família não é sangue, família é sintonia". E não é verdade? (Sem qualquer apologia.) Dizem que os amigos são a família que a gente escolhe, e eu acho que é bem por aí mesmo. Então esse meu primo ao quadrado foi o cara que mais me incentivou a escrever e a divulgar isso de alguma maneira. Assim sendo, cá estou.

Este poema do Cássio é um dos que mais gosto. Gosto porque ele é de uma sinceridade bárbara. O eu lírico é franco, fala de uma maneira leve, mas, ao mesmo tempo, com uma profundidade incrível. Para mim, escrever bem é isso: não precisar usar linguagem rebuscada, termos que a maioria das pessoas nunca usa (em muitos casos, nunca nem ouviu falar), palavras que apenas existem como uma relíquia da língua vernácula. Até respeito, mas não admiro. A descrita do Cássio é o oposto, uma linguagem acessível, clara, simples e leve. Mesmo que em alguns casos aconteça o que eu disse, ou seja, tenha uma profundidade incrível.

Neste poema, chamado "Ser ou não ser" (sinto uma fragrância shakespeareana no ar...), o eu lírico passa uma mensagem em linguagem leve, mas que eu percebo como um peso enorme. Porque ele diz tudo que ele não é para sua interlocutora (considero uma interlocutora com base no autor e no uso do masculino na segunda linha - mas cada um entende a situação como preferir...), como que justificando seu adeus "ingrato". Talvez nem seja uma justificativa. Talvez um adeus nem seja ingrato. Mas fica a critério de cada um a interpretação. Bem, chega de opiniões minhas, vamos ao poema do meu primo:

Ser e não ser

Não sou tua sombra.
Não sou o autômato que te espreita
nem o espectro que te ronda.
Não sou remédio pra tua maleita.

Não sou o espelho de tua alma.
Não sou tua paixão embrulhada em presente
nem o amor repousado em tua palma.
Sou apenas semente.

Mesmo que minha intenção seja teu gozo.
Mesmo que minha razão seja teu desatino.
Mesmo que meu peito seja teu repouso.
Não sou teu destino.

Mesmo que meu ensaio seja teu primeiro ato.
Mesmo que meu talvez seja teu sim.
Mesmo que meu adeus seja ingrato.
Sou apenas começo, sem meio e fim.


Aí está. Uma verdadeira obra de arte, não? Acho este poema de uma sensibilidade fabulosa. Eu, particularmente, gosto desses paradoxos, da escrita com paixão, mesmo que seja com o propósito de um fim.

Falando em fim, a última linha é demais! Quando ele mandou este poema junto com outros para eu fazer a revisão, não percebi o significado desse último verso. Pensei apenas no ritmo e sugeri que ele colocasse "Sou apenas começo, sem meio e sem fim." A fina Flor da esperteza que vos fala (ou que vos escreve, neste caso) não notou o encanto do "e fim". Foi preciso o Cássio me dizer. Dá para acreditar? Não me orgulho disso... que vergonha! Mas, assim, a magia foi maior. Minha perspicácia de Chapolin Colorado pelo menos serviu para dar mais surpresa a esta linha. Aí gostei mais ainda, pois fica muito bonito deste jeito, sendo o "e fim" o sem-fim do eu lírico (que é apenas começo, sem meio e também sem fim) e o fim do poema. Ah, lindo!

Vale a pena reler. Vale a pena voltar e prestar atenção aos detalhes, aos paradoxos, às nuances, à sensibilidade, à escolha cuidadosa das palavras que dão a rima. Receber um adeus assim nem dói tanto... Ou dói mais ainda, né?! Afinal, o que a mulherada busca hoje em dia são os caras sensíveis. Aí vem um eu lírico desse e termina com ela dessa maneira, putz! Acho que se fosse comigo eu chorava de esguicho... Mas depois me consolava com tamanha beleza. Eu haveria de convir que dificilmente alguém recebe um adeus desta forma. Como um adeus pode ser ingrato com tanta consideração? Sim, acho que é consideração, pois o cara é sensível, é cuidadoso, tem tato, não chega terminando de qualquer jeito. É, se fosse comigo, eu primeiro ficaria arrasada de ter que deixar partir um cara sensível assim, mas depois ficaria até honrada com a forma e delicadeza do adeus. Na verdade, até que a dor passasse, eu ficaria oscilando entre ambas as reações!

Mais uma vez, parabéns, Cássio, pelo seu talento! E pela generosidade de nos deixar colocar seus poemas aqui no blog. Em breve haverá outros!

6 de agosto de 2010

Tempo, por Tiago Felix.

Esse escrito sobre o Tempo, escrito leve e breve, é de um pernambucano muito querido e inspirador! Vindo de Pernambuco não poderia ser diferente...

O encontro entre Rio e Pernambuco se deu em um trem maria fumaça, num dia de muitos afoxés, cocos e baques de maracatu! Pernambuco é um lugar que te envolve com muita cultura, arte e história. Lugar de pessoas e criações fascinantes como Cordel do Fogo Encantado, Chico Science, Mestre Ambrósio... E amigos encantadores como Tiago Félix e Mateus Barros! Pessoas de axé forte!!!


Tempo...
                      
Tempo que levamos para esquecer...
Tempo que levamos para lembrar...
De tudo que se sonhou para uma vida que se planejou.
E que o tempo, assim com o tempo apagou.
E assim, levasse tempo, para planejar uma nova temporada na vida, da vida.
Que o tempo nos mostra e acaba nos levando com ele, ou com ela?
Não dá ao certo para saber, se o tempo é ele ou se é ela.
Fica mais uma pergunta?
Sobre uma interrogação da vida e do tempo.
Mas o tempo não gira ao nosso favor.
Nós que corremos atrás dele! Ou sei lá...
Só sei que corremos atrás de alguém.
E esta pessoa não está no tempo, nem o tempo está nela.
Nós é que vagamos pelo tempo, a procura de algo? Ou de alguém que nele não está...
Então só nos basta uma coisa, que é: Procurar...

5 de agosto de 2010

CBJE

Como prometi, vim falar sobre a CBJE (Câmara Brsileira de Jovens Escritores). Tomei conhecimento do site por um primo, Cássio Fonseca. Trabalho com correção/revisão de textos e ele tinha me mandado alguns com esta finalidade. Foi então que o Cássio me disse que enviaria para a CBJE, me passou o link e recomendou que eu fosse conhecer. Foi o que fiz. Santo Cássio! hahaha Graças a ele conheci o site e resolvi fazer alguma coisa.

Alma e eu tínhamos um projeto de publicar um livreto de poemas nossos. Acabou não saindo do mundo das ideias o projeto... Até que o Cássio me falou da CBJE. Fui logo contar pra Alma e resolvemos colocar nosso projeto em prática, mesmo não sendo um livro só nosso. Rapidinho enviamos nossos poemas para lá e ficamos esperando a resposta, que nos diria se tínhamos sido selecionadas ou não. Vários dias de ansiedade e tivemos a alegria de receber um sim! Nossa vontade foi saciada: tivemos um livro com poemas nossos publicados! Ainda não é só nosso, mas pra começar já tá valendo! E como!

Eu mandei 2 poemas, naquela de que "se um não for escolhido, pelo menos tem o outro concorrendo". Acabei tendo os 2 selecionados. Um deles foi o "Saber e querer". O outro foi o que saiu no mesmo livro em que saiu o da Alma: "Os Mais Belos Poemas de Amor". (O título do livro não foi escolhido por nós, mas já deixo o aviso: Sim, eu sou brega! Não me orgulho, nem me evergonho disso, apenas assumo sem problema algum! hehehe) O texto dela se chama "Mulher arrependida" e o nome do meu é "Que tudo seu seja eu". Em breve eles estarão aqui no blog.

Ah, no "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos" (edição número 65), tive outra alegria: tem um texto do Cássio nele também! Fiquei contente pelos 2 livros! E no mesmo "Antologia", porém na edição 68 (que será lançada em setembro de 2010), já tem outro texto meu! Estou começando a tomar gosto por essa coisa de escrever e publicar... em livro ou online!

Bem, fica aqui reforçada a recomendação: vale a pena visitar o site.
Já ia esquecendo: o Cássio já está entre os autores mais lidos do site, tem até entrevista! Que orgulho!

Saber e querer

Já que minha amiga Alma levantou o assunto das noites de insônia... E como eu já comentei sobre a postagem dela, nessas noites acontece muita coisa... a maior parte acontece dentro de nós. Aliás, vou responder por mim, afinal, não sei se todo mundo "viaja" igual.

O fato é que minha mente ferve nessas noites. E dessas fervuras às vezes saem coisas legais, coisas úteis, como respostas, ideias, poemas... Quando minha cabeça fervilha demais, minha terapia é escrever. Às vezes escrevo diretamente o que aconteceu e, só de botar pra fora (mesmo que por escrito), alivia bastante. Mas outras tantas vezes escrevo apenas a emoção diluída em outras histórias. Até porque nem sempre a história original é tão legal quanto eu gostaria que fosse! hehehe Então a criatividade me ajuda nessa hora! Enfim, numa dessas noites escrevi um poema. Esse é um daqueles que fazem parte desse último caso que citei - a situação não é real, tem pouca coisa minha de verdade. Foi pura ficção, saída de uma série de coisas que passavam na minha cabeça na hora. Hoje nem me lembro quais eram! Mesmo assim, acabei gostando do resultado.

Este poema foi publicado num livro. Não é um livro meu. Ainda! É um livro publicado pela CBJE: Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Vale dar uma olhada no site: www.camarabrasileira.com Falarei sobre eles num outro post. Bem, este poema saiu no livro "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos", número 65. Tive que reduzir e modificar um pouquinho o meu original para caber nas normas do site. A versão publicada no livro ficou legal, mas, aqui no blog vou postar o original, que acho melhor - sempre com a modéstia à parte!

O poema leva o título desse post: "Saber e querer" e segue abaixo.


Nas curvas a culpa me estimula
a noite linda, a lua linda
A estrada deserta, a mente cheia
de vontades, ideias, desejos
A sensação surreal daquele momento
imerso em emoções ilícitas
pela moral e pelos bons costumes
Que se explodam os bons costumes
pouco me importa a moral
quero saber só de mim
e do que estou prestes a fazer
Só o luar me observa
só as estrelas por testemunhas
E essa vontade que não passa
me domina, me condena e liberta
Deixe que eu me sinta livre agora
só agora, só um pouco
para compensar toda a vida
Hoje eu não respondo por mim
ou talvez seja o contrário
talvez eu tenha desde sempre
respondido pelos outros
pensando sempre nos outros
Mas hoje vou pensar só em mim
no que eu quero, no que não posso
no que não devo e mesmo assim vou fazer
Eu sei o que faço e ainda assim o faço
ninguém nunca vai saber
Me entrego então a esse desejo
vou parar de resistir
parar de pensar, de me proibir
Vou dançar e vou sorrir
não existem regras para me punir
Não existe razão nem consciência
hoje sou livre, sou só essência
o corpo e a carne sem amarras
a alma leve, o ar denso
quase palpável
de volúpia e de desejo
do que sinto, do que vejo
da tua pele, da tua boa, do teu beijo
da tua mão na minha nuca
segurando meu cabelo
meus ouvidos ouvindo teu som
minha pele sentindo teus dedos
meu olfato sentindo teu cheiro
minhas mãos te segurando
minhas unhas te marcando
minha boca e a tua, a noite e a lua
o querer e o poder, o início e o fim



Este foi o poema. A versão do livro é menor e mais "light". Quem quiser ler o que foi publicado, pode ir ao site da CBJE e procurar nas edições anteriores.
Por enquanto é só.

2 de agosto de 2010

Uma noite de insônia: inquietação...

O assunto...
             Três mulheres e uma rodada de cerveja. E o assunto? O ato de questionar! Questionar a vida, o mundo, as pessoas. O ato de nos colocar como críticos do mundo e de nós mesmos. E por que deste assunto? Porque questionando o mundo nos tornamos inquietos e angustiados. E essa angústia, essa inquietação, nos persegue e consome em todos os momentos. Nos abastecem de ressacas morais e crises existenciais. De noites de insônia!

                E esse vício de questionar nos faz, muitas vezes, ser o que muito desprezamos, prepotentes e cheios de verdades!!! Nos vestimos de preconceitos (bobos) e definições sobre o que é certo ou errado sobre tudo. Mas ao mesmo tempo conseguimos desconstruir essa verdade e perceber que há outras lógicas, outros entendimentos... E o nosso (o meu) é só mais um! E é justamente essas idas e vindas de pensamentos e construções que nos inquietam e nos angustiam...

Esse foi o assunto! 

O meu questionamento...
              Às vezes eu acho que sou menos feliz que os outros justamente por questionar tanto o mundo. Acho isso toda vez que passo pela minha rua e insisto em perceber tudo o que acontece no trajeto até minha casa. Vejo todos os dias pessoas que moram em uma casa do tamanho de um cômodo e estão sempre em suas portas, jogando conversa fora, vendo futebol na TV do bar, cheias de criança em volta... E vivem o mundo com o pouco que a vida oferece!

              Defino como pouco (julgo como pouco no meu momento de prepotência), pois vejo o mundo como algo infinito e que é tão pequeno reproduzir o que todos fazem há séculos. Acho tão sem sentido seguir na corrente da rotina e dos padrões que devemos tomar como nossos. E me inquieto por saber e sentir que o mundo é do tamanho do horizonte e eu só experimento o pouco que a vida me oferece, pois sigo na corrente da rotina.

                 Essa é minha angústia e por isso, eu nego o que é padrão e questiono a vida e o mundo a minha volta...

14 de julho de 2010

TPM: Sobre as Mulheres

A TPM é uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social. 


Sendo assim, representa também Todo o Poder da Mulher. Essa transformação mensal reflete, igualmente, nossas transformações para o mundo e as do nosso interior. Pensamos e refletimos sobre tudo, em meio a crises e muitas tarefas...  E ainda tentamos ser belas!


Mulher ao Espelho 
Cecília Meireles


Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.
Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.
Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.
Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.
Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.



Fonte Figura:




Em construção...

Assim como todos nós... em construção!
Ou melhor, reformulando!


Papel e caneta para escrever.
Teclado e monitor para difundir...
Idéias!
Idéias para o mundo e do mundo!
Escrever a vida e à vida.
Escrever para libertar e para trazer alegria.
Para divertir e trocar com os pares.
Poemas, poesias, receitas e indignação!