3 de dezembro de 2012

palhaço


representando o palhaço eu fujo
coloco o sorriso no rosto como máscara
e finjo
me dou para o mundo
em amores amarelos
em sorrisos largos
em passos vibrantes
e danças que marcam o chão
distribuo promessas de alegria
e a eternidade de gargalhadas cintilantes
venham todos
venham viver o rabisco desse picadeiro
que falta tinta
e apresenta encantamentos em ilusão
que distrai o rei
confunde a corte
senhoras e senhores
eis o palhaço em cena
venham todos ver o circo
que é a falta de amor

23 de novembro de 2012

Notícias Suas...




Bom dia! Já faz tanto tempo... Que hoje ao levantar da cama só pensava em você! Não sei o que era ao certo. Não era bem saudade a palavra certa a se descrever. Era mais lembranças dos dias que saímos juntos, eu, você e os outros. Para dançar, ver um cinema ou até jogar conversa fora como de costume.

Corri, corri, corri...  Para começar mais dia. Banho, café, sapato. Estou pronto! Agora correr para o ponto de ônibus. Então! Entro no bus e fico a imaginar coisas do nosso dia-a-dia que já foi. Não é mais pela distância. Eu aqui, você ai. E os outros... Os outros, nós todos, todos nós.  Agora, cada um com um compromisso, uma parte ainda próxima... Outra parte distante. Nem mesmo o celular ou o e-mail está nos ligando... Ponta a ponta como deveria ser.

É por isso que pensei em voltar a um tempo mais atrás. Onde já que eu não poderia ver você, eu escreveria, falando de mim: Do que se passou nessa ausência de nossas cabeças. E ao mesmo tempo lhe diria tudo que há de novo em meu dia-a-dia. Querendo respostas suas sobre tudo isso... Que acabaria de lhe contar nas linhas do papel rabiscado a mão, por lápis ou caneta.

E é claro! Contaria os dias... Para receber a sua carta como resposta da minha. E saber de você. Quais as suas novidades. O que fez? O que tem feito! Se ainda está só... Ou Se já constituiu família?
Não sei.
Notícias suas... É tudo o que quero.

Tiago Felix.
Recife. 02.07.2012

19 de novembro de 2012

Rosa

Hoje uma amiga do facebook fez um comentário que era o título de um poema que já postei aqui: "Saber e querer". Passei o link do blog, ela leu, se emocionou, disse que sentia como se ela mesma tivesse escrito cada uma daquelas linhas. Fiquei super feliz, conversamos um pouco e deu saudade do blog. Então vim postar um poema que é bem curtinho, mas do qual gosto muito.
Fiquei pensando nas coisas simples da vida. Nas oportunidades que ela me trouxe e que eu aproveitei. Nos momentos bons. Esse é um poema fictício, que fala da rosa. Não é à toa que meu pseudônimo aqui é Flor. Amo flores. Não sei se tenho uma preferida. Amo as rosas, mas também amo as tulipas, margaridas, orquídeas, campânulas... Também amo as árvores que dão flores, como o Jacarandá Mimoso, Mulungu, Ipê, Acácia... Por isso digo que o poema é fictício. Mas é verídico na mensagem que ele carrega.
Esse poema foi escrito em um período de saudade mesmo. Por isso tem esse fundinho melancólico. Hoje eu estou feliz. Ainda bem que o tempo triste passou...
Acho que toda mulher ama flores. Eu ganhei poucas ao longo da vida. Quero ganhar mais. Acho bonito, delicado, de muito bom gosto. Mas não posso reclamar, as que ganhei foram muito significativas! Como é bom receber flores!
Este poema foi publicado no livro "Versos Verdes" em 2010, pela CBJE.

Rosa

Eis aqui a rosa
minha flor preferida
não é orquídea
nem é margarida
não é opulência
nem é simplicidade
mas aplaca a carência
e a dor da saudade

1 de outubro de 2012

raízes voltadas para o ar

minhas raízes são voltadas para o ar. no contraditório oferecido pela vida, criei devaneios em me largar pelo mundo, vivendo de nuvens que refletem para o dia cores do cotidiano diverso na loucura do ocidente. pairando sobre um pedestal para vislumbrar os caminhos que podiam ser traçados na imensidão das matizes ensolaradas, criei devaneios que me levavam para todo lugar.

devaneios que me conduziam através de linhas invisíveis e paralelas. daquele pedestal eu enxergava o mundo e mesmo tendo sensações abstratas em vôos de pássaros agudos, quando me vi diante da terra e de seus satélites artificiais percebi que havia criado raízes.

ah devaneio tolo. como é possível voar tendo criado raízes? o que enxergara até então era a linha oposta a que eu caminhava. criei raízes. pisando o chão da loucura do ocidente, vivia no ar que espelhava meu avesso. ao final dessa imensidão de sensações indefinidas, percebi que minhas raízes são voltadas para o ar.

10 de julho de 2012

Nossa, há quanto tempo estamos sem publicar! Tá na hora de reavivar esse blog!
A correria da vida faz isso de nos deixar sem tempo até pro que nos distrai e dá prazer... Bem, mesmo sem tempo, sempre é tempo. "Here we go again all the way from the start"!
Nessa volta, chego mais astrológica, mais feliz. Tanta coisa aconteceu desde o último post... É bom, sempre serve de material para a escrita!
Alma e Flor, de vidas novas, mais maduras, mais cientes de todo poder da mulher.
Poder! Estou descobrindo esse cara que andou meio distante de mim. Alma também, né? Como é bom tê-lo por perto!
Espero matar a saudade de escrever e de ler coisa boa, como os blogs que acompanhávamos.
Por enquanto é só. Foi apenas pra sair da inércia esse pequeno post. Quando queremos começar algo, é bom dar logo um passo, mesmo que pequenino, prá inaugurar as energias do novo. Ainda que esse novo não seja inédito. Foi isso que eu vim fazer agora.
Inspiração, eu te chamo pelo nome, venha se instalar pertinho de mim. =)
Vamo que vamo!

24 de março de 2012

Folia de Rua


Foi bom te encontrar nesse fim de carnaval.
Foi bom te conhecer no meio de tanta festa.

E é claro: o seu olhar, sua voz, sua boca vermelha! Os seus lábios... Ah como eu gostei de tirar o batom que nela estava.

A tua pele sem qualquer aroma que pudesse ser identificado.
Eu só poderia saber que era pele tua... Por te ter em meus braços, deslizando as minhas mãos sobre os teus cabelos, teu pescoço.

É como se fosse um grande presente que eu estaria a ganhar: por procuras e respostas sem estimativa de resultados positivos. Então! Vem você em curto período e me dá mais do que eu esperava... Uma troca direta de pensamentos, olhares e palavras. Pois é.

“Foi Mara! Meu Bem” Maravilhoso!

Quarta-feira, fim de carnaval e ainda sim! Festas de ruas, tarde de coco, noite de bois na Ladeira da Boa Hora. E um forró a beira mar para dar todo o sabor a essa mistura que chamamos de carnaval, nessa folia de rua.




Recife 27 de fevereiro de 2012 

Tiago Felix.
 

Olhares e Vinho

Dois olhos se encontram em uma noite fria
Entre eles um copo de vinho e outro...
A timidez se fazia presente em expressões de desejo

E mais um copo de vinho é tomado

Nesse momento há uma aproximação
E uma troca de elogios entre as duas bocas...
E essas mesmas bocas também se sentem desejadas...

E mais um copo de vinho é tomado

O vento sopra...
E traz a música para envolver os dois corpos
Que tanto se desejam entre olhares e pensamentos
Unindo-se corpo a corpo no balanço do vento
E a música permanece em seus ouvidos...

Dali sai um sussurro de uma das bocas
E os olhares voltam a se encontrar
Dessa vez mais próximos que nunca
Pois estavam a cerca de três centímetros...
De boca e desejo
E cada olhar gritava: me beija!

Ainda sim houve tempo para mais
Um copo de vinho...

E assim vir à coragem que tanto precisavam
Para se beijarem...

       
  


Recife 12 de janeiro de 2012 – quinta.
Tiago Felix

16 de janeiro de 2012

O amor




Tive um poema publicado
Sim, um poema de amor
O poema é concreto
Mas o amor não

O amor é abstrato
Sem censura, livre e sem definição

O poema captura a alma
A descreve, a expõe
Acrescenta adjetivos
Substantivos e conjunções

O amor liberta a alma
Não descreve
Não pontua
Erra a oração
E a conjunção

Não há verbo intransitivo que transite
Nem preposição

O amor é uma gramática
Torta e abstrata
Sem acento
Sem hiato

Apenas intuição