1 de outubro de 2012

raízes voltadas para o ar

minhas raízes são voltadas para o ar. no contraditório oferecido pela vida, criei devaneios em me largar pelo mundo, vivendo de nuvens que refletem para o dia cores do cotidiano diverso na loucura do ocidente. pairando sobre um pedestal para vislumbrar os caminhos que podiam ser traçados na imensidão das matizes ensolaradas, criei devaneios que me levavam para todo lugar.

devaneios que me conduziam através de linhas invisíveis e paralelas. daquele pedestal eu enxergava o mundo e mesmo tendo sensações abstratas em vôos de pássaros agudos, quando me vi diante da terra e de seus satélites artificiais percebi que havia criado raízes.

ah devaneio tolo. como é possível voar tendo criado raízes? o que enxergara até então era a linha oposta a que eu caminhava. criei raízes. pisando o chão da loucura do ocidente, vivia no ar que espelhava meu avesso. ao final dessa imensidão de sensações indefinidas, percebi que minhas raízes são voltadas para o ar.